Elite brasileira usa a Copa do Mundo para mostrar seu desconforto em ser brasileira

ellusmatsukawa(First of all, thanks for reading and commenting on my previous post. It is already the most popular of this blog’s short history. I was requested to translate it into Portuguese and at first I refused it. Not only I am working loads, but I wanted to avoid the bigotry that usually comes along with enthusiasts of the two main political parties here. And I wanted to avoid denial by that big chunk of the elite which is disengaged with Brazil. But I was convinced to use some of my time in this because someone else could translate and include words I didn’t write. I want Brazilians who don’t speak English to have an original source. This blog is meant to be a bridge between Brazil and foreigners, almost all posts are and will be in English, but I can make exceptions when I want.)

“Abaixo este Brasil atrasado.” É assim que a marca Ellus decidiu se envolver com a Copa do Mundo — colocando essa mensagem em uma camisa. Eles devem ter uma resposta oficial tosca, dizendo que é contra os gargalos, e não contra o país. Ainda assim todos os brasileiros que entendem nossa síndrome de vira-lata sabem o que querem dizer as pessoas que usam essa peça. Afinal de contas, a maioria dos frequentadores da Ellus são pessoas que não usam o sistema público de saúde. Eles não estudam em escolas públicas. E eles raramente põe os pés em transporte público nas principais cidades do Brasil (embora tenham prazer em fazê-lo no exterior).

Então, por que eles frustrados? Seriam eles tão altruístas quanto os ativistas que protestam com um objetivo, seja qual for esse objetivo? Ou os brasileiros ricos expressam suas críticas por puro tédio?

Minha resposta é que os brasileiros ricos estão frustrados por serem brasileiros. E eles envenenam o tom sobre a Copa do Mundo no Brasil mais do que os erros e o mau planejamento na preparação do evento. Não é lá grande notícia para quem já foi a uma festa brasileira nos Jardins ou no Leblon. Mas este é provavelmente um bom momento para apontar o que está acontecendo.

Alguns elitistas lidam com essa realidade perturbadora de ser brasileiro de maneira pró-ativa : tentam conseguir um passaporte europeu, como se realmente tivessem uma ligação familiar importante com o exterior. Outros optam por distorcer símbolos que estão ligados ao país que rejeitam. Isso já foi feito antes. Samba, sertanejo, feijoada e todas as coisas muito do Brasil são descartadas ou transformadas em uma versão gourmet que se encaixa no gosto supostamente melhor da nossa elite.

O futebol até pouco estava no meio do caminho — não se pode desbrasilisar o futebol. Mas, agora, os clubes europeus estão cada vez mais populares aqui . Talvez isso mostre que a atenção também está mudando nessa área. Seria uma boa razão para explicar por que as críticas à Copa do Mundo, irrelevantes não muito tempo atrás, deram à elite brasileira a oportunidade de expressar seu aborrecimento.

Os protestos de junho de 2013 mudaram o cenário para as elites brasileiras. Depois que os protestos contra os aumentos nas tarifas de transporte se tornaram uma onda nacional, incluindo gente de todo tipo, os brasileiros ricos se fizeram muito barulho, pela primeira vez em muito tempo. Era o momento de eles mostrarem sua presença depois de anos e anos de movimentos frustrantes (vide Cansei). Eles usaram a legitimidade dos protestos iniciais para darem a impressão de que estávamos todos no mesmo barco. A Copa do Mundo foi certamente um grande elo para eles.

Os gastos da Copa do Mundo só entraram no debate depois que o movimento explodiu. Embora os preparativos certamente mereçam críticas, apenas um ano antes do torneio nossa elite descobriu que isso poderia chamar mais a atenção para tudo de que não gosta no Brasil. De repente, fizeram o Brasil parecer antidemocrático como a Coréia do Norte, pobre como o Paraguai, caótico como a Índia, agressor dos direitos humanos como a Arábia Saudita, corrupto como a Rússia. O Brasil tem certamente pedaços disso tudo, mas é bem diferente de todos esses países.

Mesmo se o Brasil fosse ruim assim, nossa elite teria que buscar explicações nela mesma, e não apontar o dedo. Claro que existem exceções, mas brasileiros ricos, educados, bem viajados e contrários à Copa do Mundo não parecem muito interessados ​​em compartilhar o país que receberá o torneio basicamente porque começou a compartilhar seus lucros com os pobres.

O fato de o Brasil ter distribuído alguma riqueza nos últimos 20 anos não casa bem com jovens riquinhos que ouvem os seus avós ricões dizerem maravilhas sobre o tempo do regime militar, por exemplo. Alguns se identificam com os partidos da oposição e por isso criticam, mas é apenas uma questão de gosto: no que importa, o PT não é muito diferente do PSDB. Incluindo a ideia de receber a Copa do Mundo.

Nada surpreendentemente, são essas pessoas que defendem um tratamento mais duro a quem está fora do seu quadrado. Eles querem reduzir a maioridade penal, ampliar o policiamento ostensivo, transformar corrupção em crime hediondo (somente para os funcionários públicos, não para quem suborna) e assim por diante.

Entre esses tipos também estão os críticos das medidas para trazer médicos estrangeiros. Outros são os próprios médicos que se recusam a trabalhar em comunidades pobres — eles querem ganhar mais trabalhando como dermatologistas nas capitais. Não me parece que as elites europeias, americanas ou asiáticas sejam tão egoístas. É provavelmente uma coisa bastante da nossa América Latina. Azar o nosso.

Que melhor símbolo para a elite brasileira canalizar a sua frustração com o Brasil diferente do desejado por ela do que atacar a Copa do Mundo, o evento que faz o país parar a cada quatro anos? O apoio dos brasileiros ao torneio certamente caiu no último ano, mas são os chavões espalhados pelos ricos brasileiros (às vezes em inglês ) que estão no centro das atenções, como se esses caras vivessem as queixas que abordam. A verdade é que a maioria deles nem sequer se preocupa com prioridade para saúde e educação. Não usariam o sistema público nem que pudesem. Muitos estão sequestrando a agenda social da qual discordam para fazer crítica superficial e politicamente desengajada .

Isso é um muitas vezes um disfarce para o desconforto da elite em ser brasileira , ao contrário das críticas daqueles que tentam dar um sentido a seu antagonismo.

A grande mídia já notou a rejeição elitista e a amplifica. Vídeos como o de Carla Dauden, sugerindo um boicote à Copa do Mundo, são usados ​​para mostrar que há um sentimento ruim sobre o torneio em todo o país. Mas esse é o sentimento da “classe média alta”, como eles gostam de se definir (PSC: entre os ricos, aparentemente não há ricos no Brasil.)

Sediar a Copa do Mundo, um prêmio dado por conta da inclusão social que promovemos, está sendo transformado em um simples “nós gastamos muito, recebemos pouco”. O tom usado por muitos brasileiros ricos não é “vamos ajeitar isso” — a maioria deles sabe muito pouco de política para realmente se envolver com substância. Sua mensagem é “dane-se tudo” (como vídeo boicote de Carla Dauden sugere). Parece que o Brasil atrasado merece ser constrangido pelos carrascos, não pelas vítimas. As vítimas sabem criticar, mas não se envergonham do seu país.

Os elitistas mais argutos que criticam a Copa do Mundo no Brasil também têm usado essa grande chance para mostrar que não se relacionam com o futebol como todos os outros — venderam a idéia de que quem se envolve com a Copa do Mundo é que está desengajado com o Brasil. Eles se mostram como agentes reais da mudança, embora sejam completamente o oposto — basta olhar para as suas outras sugestões e você verá que as elites brasileiras não poderiam se importar menos com quem foi despejado por causa dos novos estádios, por exemplo.

Não sou marxista. Mas é difícil defender uma das elites mais tacanhas do mundo. Muitos jornalistas estrangeiros que passaram tempo suficiente aqui concordam comigo.

As favelas do Brasil de alguma forma lembraram nossa elite pequerrucha, branca e às vezes fanática religiosa que as chaves da escravidão estavam nos seus bolsos. Também por isso, criticam a Copa do Mundo que será jogada não muito longe dessas senzalas modernas. Nos morros do Rio e na periferia de São Paulo, existem centenas de milhares de pessoas cujos bisavôs não poderiam ser contratados porque os ex-donos não iriam comprar a sua propriedade novamente.

Esses brasileiros ricos não culpam apenas os governos e o comitê organizador da Copa do Mundo por atrasos nas obras: eles consideram os pedreiros lentos e ineficazes. É assim que eles satisfazem seu fetiche: os pobres são responsáveis por sua pobreza.

Elitistas brasileiros muitas vezes vêem uma pessoa negra como empregada doméstica ou motorista em potencial, sabemos disso. Se eles não recebem um copo de suco de laranja às 8 horas provavelmente é porque essas os pobres são apenas um bando de ingratos preguiçosos. “Só no Brasil”, me disse uma vez um executivo numa situação parecida.

(Não é muito diferente do que a revista The Economist recentemente sugeriu em uma compreensão muito pobre da complexidade do Brasil.)

Grande parte da mídia brasileira gira em torno da nossa pequena elite para escrever suas histórias. Embora existam ativistas com preocupações razoáveis sobre direitos humanos e melhores serviços para todos, mesmo na elite, a maior parte da mensagem disseminada tem a ver com o que os brasileiros ricos podem expressar em inglês. É assim que eles se fazem conhecidos: lamentando tudo aquilo que não entendem no Brasil. (Veja o caso da Arena Corinthians. Fica em uma região pobre. Muitos elitistas dizem que não vão lá porque é “uma parte feia da cidade”.)

Essa camisa pela Ellus é um grande exemplo de um velho padrão dos ricos brasileiros : eles fingem tudo o que está errado no Brasil não tem nada a ver com eles. A corrupção não começa com suas empresas. A desigualdade não surge do fato de eles pagarem menos impostos do que todo mundo (e ainda burlam o fisco se puderem). Pilantras nunca foram eleitos por eles nem financiados por eles. As partes atrasadas do Brasil não devem ser corrigidas por meio de políticas — a ideia dos elitistas é provar que o sucesso depende exclusivamente de cada um.

Se os outros fracassam, nada tem a ver com eles.

É difícil prever se eles conseguirão constranger Brasil até o final da Copa. Os protestos são mais mensuráveis do que a campanha de humilhação. De todos os legados, o que mais quero ver é o Brasil atrasado vencendo seus críticos. Eu venho do Brasil atrasado. Se a Copa do Mundo fosse nosso maior problema, seria ótimo.

Se a Copa do Mundo não for um sucesso, estarei aqui para reportar o que acontecer. Mas torço para que seja. Não só por causa de experiências anteriores em grandes eventos esportivos . É porque eu quero ver as pessoas que usam essa camisa engolirem o Brasil atrasado muito em breve.

Abaixo a Ellus!

About Mauricio Savarese

I am a Brazilian journalist who got tired of reporting only in Portuguese. Politics and football, these are my turfs. Twitter: @msavarese. Email: savarese.mauricio@gmail.com

Posted on 12/05/2014, in Uncategorized and tagged , , , . Bookmark the permalink. 72 Comments.

  1. Não tão rápido, Mauricio. Você ignorou o fato de que o desfile foi estrelado pelo global Cauã Reymond…….e por Lea T, a modelo transexual filha de famoso ex-jogador da seleção brasileira, e creio que não preciso me delongar sobre a enxurrada de preconceito (transfobia, mais especificamente) que ela sofreu.

    Veja bem, eu não discordo em nada da análise feita por você sobre a conduta das nossas elites, apenas vejo no slogan da camisa outras leituras possíveis, lembre também de Marco Feliciano, Bolsonaro, Malafaia entre outros ícones da nossa homofobia, e sim – porque não? – de nosso atraso. Por Lea T ter estrelado o desfile, acredito que esta tenha sido a mensagem principal.

    • Mauricio Savarese

      Desculpe, Lavínia, mas a própria marca não fala nenhuma vez de homofobia. http://msn.lilianpacce.com.br/desfiles/carta-aberta-protesto-ellus/

      • Mas Maurício, a presença da Lea no desfile fala por si, não entendo como você ignora isso.
        Como disse antes, eu não refuto a sua leitura, apenas levanto a possibilidade de existirem outras, e por mais que a carta da Ellus fale da economia, quando é a Lea quem veste a camisa a coisa muda de figura, a mensagem se amplia.

    • Lavínia, com a camiseta, a Ellus lançou um manifesto. E nada nele há que possa inspirar uma campanha anti-homofobia. É só demofobia mesmo:
      “DESABAFO

      O Brasil está entupido, um congestionamento em tudo. Não anda no trânsito, nos aeroportos, nos hospitais, nas estradas, na energia, nas escolas, na comunicação, na burocracia (corrupção)… Até a água está entupida!

      Dificuldade para tudo! As coisas não fluem! Tudo é tão difícil! Tudo isso gerando esse custo. Brasil = ineficiência, improdutividade. Isso faz com que fiquemos isolados do mundo, acarretando esse atraso todo em relação ao mundo moderno.

      É claro que os maiores responsáveis são os políticos e os governos antiquados, cartoriais, quase medievais, que com suas ideias atrasadas de protecionismo acabam por gerar atrofia.

      Até para indústria da moda, exportar o nosso design fica difícil com todo esse custo, abrindo espaço maior para as importações de roupas e acessórios provenientes de países pobres, porque nós não temos condições de competir.

      Precisamos desburocratizar, simplificar para motivar, avançar, abrir, internacionalizar, se não, cada vez mais, ficaremos isolados nas geleiras do Polo Sul.

      Que Brasil é esse em que até as empresas e patrimônios públicos acabam destruídos?!?!

      ABAIXO ESSE BRASIL ATRASADO!

      Time Ellus”

  2. paulosk partizan

    Esses brasileiros ricos não culpam apenas os governos e o comitê organizador da Copa do Mundo por atrasos nas obras: eles consideram os pedreiros lentos e ineficazes. É assim que eles satisfazem seu fetiche: os pobres são responsáveis por sua pobreza.

    Genial, meu velho, simplesmente genial, em um paragrafo definiu tudo aquilo que eu penso.

  3. Eu não sou ninguém nesse mar gigante de pessoas na internet. Mas sabe o que me levou a escrever um reply? Você como jornalista deveria se preocupar mais com o que escreve, afinal é um formador de opinião, principalmente se sua intenção é fazer uma ponte entre nós e outros países. Seu texto é uma visão generalizada e preconceituosa. Você tem um ponto, que poderia ter sido escrito tão bem sobre nossa elite fútil… Porém de igual forma nossa classe pobre (se é que são eles o oposto da elite) é tão fútil quanto e comete os mesmos erros e aliás, querem as mesmíssimas coisas que a elite.
    Os “gringos” tem uma visão totalmente errada do que acontece por aqui e por causa de artigos como este irão continuar achando que as favelas são hype, que o Lula foi o presidente mais incrível e ícone de nossa nação (Nada contra o PT, mas eles acham linda a história da pobreza…), então não acho nada inteligente colocar as coisas nestes termos.
    Podemos todos juntos fazer um País muito melhor se soubermos olhar muito critica e construtivamente para os podres do Brasil ao invés de assumir um discurso que massifica e gera raiva.

    • Ricardo Augusto Rocha

      Cara Ju Arnoni:
      Concordo que as classes populares estão impregnadas, em parte, de valores fúteis como a elite. Mas…
      Analisar as distintas situações da mesma forma é um equívoco, e partindo de alguns elementos muito fáceis de se identificar: não é a classe pobre que define as grandes políticas; o editorial dos jornais e da mídia em geral; e os valores almejados pela sociedade.
      É o opressor que, no processo de opressão, torna o oprimido seu semelhante para, obviamente, amenizar aparentemente as desigualdades e injustiças. E pensar que estas contradições são obra do acaso seria outro equívoco também.

    • “Porém de igual forma nossa classe pobre (se é que são eles o oposto da elite) é tão fútil quanto e comete os mesmos erros…”
      Ah, é. Os pobres também ganham muito dinheiro explorando o trabalho dos outros. Sei…
      “…e aliás, querem as mesmíssimas coisas que a elite.”
      E por que não iriam querer? Todos nós, do rico ao pobre, somos bombardeados cotidianamente por propagandas de bens de consumo, que nos incutem a ideia de que não somos nada sem o celular x ou a bolsa y. Claro que isso gera um efeito, mas os ricos podem comprar o que quiserem, já aos pobres só resta querer mesmo.

    • Mas as favelas não são hype? O Lula não é um ícone? Discurso que fala mal da elite não pode gerar raiva?

  4. Parabéns por seu lúcido texto; um ótimo espasmolítico para cérebros contraídos. Alguém precisava dar a resposta, como um bom regulador reflexivo, a tantos vômitos verbais, disfarçados de crítica inteligente, que vêm sendo despejados mundo afora.

  5. Como outros disseram, achei o texto bastante generalizador, mas esse é o preço a se pagar ao falar de uma classe social em bloco. Sequer penso que o cerne da questão é o ódio do Brasil e de ser brasileiro. Não é tão superficial assim.

    Se tem algo que eu aprendi nessa vida é observar o que as pessoas criticam, pq a crítica nada mais é que o reflexo negativo de nós mesmos. Interessantíssimo sua crítica a elite brasileira, principalmente tendo em vista que o texto original não foi escrito para brasileiros, mas para estrangeiros. Só eu vi uma ironia aqui?

    Concordo com quase tudo que foi dito. Tirando o fato de ganharem bem, a elite brasileira( e lá vem generalizações) é tão burra politica e socialmente falando quanto a classe pobre assalariada pouco instruída. O que separa o rico do pobre é somente o dinheiro. Há pouquíssima diferença entre as duas classes no que diz respeito a senso de coletividade, de cidadania, de comunidade. Por que tanto pobres como ricos jogam lixo na rua? Pq ambos não respeitam as leis, cada qual na sua medida?

    Hei de ousar e suspeitar da sua tendência ao marxismo( e mais uma vez apelo para a psicologia reversa). Nas entrelinhas dá bem pra perceber que em linhas generalizadoras(!!!) o problema do Brasil é o rico. O rico e suas empresas corruptas. O rico e sua relação com a desigualdade social. O rico e seu apoio a políticos pilantras. Não concordo de maneira nenhuma com essa linha de argumentação. O buraco é bem mais embaixo e mais uma vez aponto o problema e a solução: temos pouquíssimo senso de coletividade e mais educação viria bem a calhar.

    Quer maior exemplo disso do que o seu próprio texto? De um lado, temos pobres criticando os ricos. De outro, temos ricos criticando pobres. Enquanto isso, o país continua a míngua. Dividir para conquistar. Se tivéssemos uma mínima noção de comunidade, estaríamos todos de fato no mesmo barco protestando juntos por mudanças.

    • Perfeito!

      • Muito bom, Bruno. Vamos continuar fazendo mais estádios inúteis, importando médicos cubanos para a nossa população e aplaudindo a todo este circo!

    • Ricardo Augusto Rocha

      Então vamos para a prática, Bruno, e vejamos, de fato, quantos ricos estão encampam a:
      – Reforma Tributária (ao invés do discurso hipócrita ou conveniente de menos impostos);
      – Reforma Política (ao invés do discurso moralista de menos corrupção, mas sem prender os corruptores);
      – Reforma Agrária
      – Marco regulatório da imprensa
      E outras grandes políticas necessárias que estão engavetadas ou andando a passos de tartaruga. Aí nós vamos ver que não é simplesmente a conta bancária que divide as classes (ou segmentos sociais, pois não é uma relação binária), mas o desejo de manter a conta como está.
      Mesmo barco? Certamente que não.
      De política de coalizão, já chega a que o PT vem desenvolvendo há anos. Mais enfrentamento é do que precisamos.

    • Meu caro Bruno! Você foi milimetricamente no cerne de todos os nossos problemas; na minha opinião, a raiz de tantos outros: o nosso escasso senso de coletividade. No Brasil, “se dar bem” às custas do prejuízo alheio é fashion, é sinônimo de sapiência. Uma pena que a maioria dos brasileiros não notem que o êxito coletivo é muito mais proveitoso do que o individual.

    • Excelente resposta. O único caminho para uma real mudança é a educação transformadora, a educação para a cidadania, o senso do coletivo, e o desenvolvimento da consciencia de que a mudança no país começa de cada um, de cada atitude individual no dia-a-dia. E não apenas ficar sentado criticando o país, atitude essa que é muito mais facil do que se levantar e fazer algo de verdade pelo país.

  6. vejo os comentários que argumentam sobre seu texto ser generalizador… o que apenas reforça o próprio texto. Quem não quer pensar sobre apenas evita observar todos os personagens dos conflitos sociais no país.

    Sou de classe média e devo estar dentro dos critérios de elite que você comenta no texto, não penso com a elite descrita, mas concordo totalmente com você.

    Muito gente tem esse pensando e a propaganda da marca, independente se o foco foi trazer o problema de preconceito de gênero (algo que realmente acho que não foi), passa esse significado. Como se a elite brasileira tivesse, coitada, sido abduzida de um condomínio de luxo em Miami e trazida para essa terra árida do Brasil. É tanta alienação aos conflitos e realidade do país, que ao mesmo tempo que negam nossa realidade podre e de terceiro mundo perante o dinamismo e complexidade das economias estrangeiras, também, reforçam que o brasil é um atraso enfatizando tudo que é ruim e enaltecendo os americanos.

    Acredito que o nacionalismo brasileiro é envergonhado e invejoso. Há, por algum motivo, uma amor cego pelo eua – lá não existe problema e aqui tudo é uma merda.

    Exemplo disso é a doença de algumas pessoas: distorção da realidade.
    Vi esses dias no instagram de uma modela/atriz/famosa um foto de um transito na frente do aeroporto e um comentário assim: “só aqui no brasil – transito, fila e atraso dos voos” Primeiro: quantas vezes não peguei atraso no estados unidos (tudo bem que o aeroporto é enorme e deve ser legal, para alguns, esperar um voo em um lugar lindo daqueles… aham :/), uma vez fiquei 3 horas na fila para check in em ny sem nenhum atendente e nenhuma explicação e os brasileiros que estavam lá deviam estar amando viver a experiência americana de ser maltratado.

    Segundo: nosso país cresceu rápidamente, as vias e o tamanhos dos aeroportos precisam acompanhar isso.

    Terceiro: atraso no voo, muitas vezes, é culpa da companhia aérea. Mas alguns brasileiro simplesmente negam os protagonistas e culpam o governo por todo e qualquer problema que exista. Exemplo disso, é o que você comentou sobre: “transformar corrupção em crime hediondo (somente para os funcionários públicos, não para quem suborna)”

    Talvez seja nossa economia amadora, nossos empresários adolescentes, nossas companhia sujas e executivos corruptos. Mas o brasileiro não observa seu ambiente, não abre a boa e não cobra por responsabilidade social. Ninguém percebe que (na teoria) uma organização existe para atender a uma demanda de mercado, por ser esperta ela vai lucrar com isso, mas o cliente é sempre quem tem razão. Não de um jeito burro, mas tem razão de um jeito crítico, pensar antes de comprar as coisas, criticar a qualidade e a atuação de empresa é um passo importante. Que locura, mas acho que sou a única que não entende porque a gol vender comida durante os voos e mesmo assim eu sou proibida de entrar com comida, mesmo que comprada no salão de embarque. Que merda de empresa é essa que restringe minha liberdade e democracia?

    Mas isso ninguém pergunta, o povo pergunta, como o governo deixa isso acontecer. O brasileiro se diz muito liberal… mas toda reclamação e solução deve ser direcionada ou originada do governo! Tem mais estadista que isso?

    Um exemplo americano que me faz pensar que ainda podemos aprender com os outros é do caso daquela empresa de energia que quebrava as própria máquinas e causava incêndios para aumentar o preço da ação. Além das maquiagens contábeis e tudo mais. Nesse momento o povo pediu por justiça, abominou o caso e o nome dos envolvidos foi para lama. Aqui no brasil basta ser empresário que te respeitam e te estendem a mão.

    Olha o caso das blogueiras que ganhavam pressentem para fazer propaganda velada…. A leitoras foram de contra e organizaram esse mercado, o povo reagiu a corrupção privada eee

    cansei, falei de mais e nem sei mais o que faz sentido ou não!
    de qualquer maneira, parabéns pelo texto.

  7. Marcílio Godoi

    Se comemorar gol vamos denunciar. Estamos de olho.

  8. Leonardo Roldao

    Serio?? Acho que isso é síndrome do falso pobre …

  9. alessandra

    Eu sou pobre, não tão pobre a ponto de não ter um telefone, acesso à internet, mas não me considero da classe C, sou da classe onde o salário não sobra na conta, pagando moradia, água, luz, a empresa vai pagar meu plano de saúde, mas é o pior plano, o mais barato, todavia eu agradeço porque outro dia passei 10 horas dentro de um hospital publico e por fim não consegui o que precisava realmente, não havia medicos suficientes e o equipamento estava quebrado a 4 meses. E o transporte publico? Prefiro não comentar as condições que enfrento com mais milhões todos os dias, condições desumanas, onde nos machucamos no trem, as pessoas nos pisam, nos sujam, e ainda uns tarados, tentam molestar para tornar a situação mais degradante e humilhante possível, e essa é a minha realidade, mas sei que tem as costureiras, os cortadores de cana, os caras da coleta, é o Brasil, um país continental onde meia-duzia de pessoas vai lá fora e “caga” como acham que o Brasil é, a verdade é que nem estudando o IBGE saberão exatamente, são muitas realidades coexistindo.
    Mauricio, talvez eu seja muito mal de interpretação, apenas acho que os ricos não são hipócritas por quererem pagar de hobin hood, mas fazem da forma errada, a forma é que se torna contraditória.
    E ocorrendo ou não, a Copa já levou muito dinheiro que poderia ser destinado de verdade, objetivamente para beneficio de coisas tão importantes para os que mais pagam impostos. Nós.
    Eu poderia falar mais, mas ando muito triste com tudo.
    No mais, virou moda fazer camiseta boicotando o país, esquecendo que somos nós o país, o solo é fértil continua fértil mas o povo está doente.

    • Só um reparo, alessandra. Os dizeres das camisetas não estão boicotando o país. Ao contrário! Pedem melhores serviços públicos prá todos. No máximo, estão boicotando a atitude dos governos que ignoram as necessidades do povo. Da mesma forma que o autor do texto original.

      • Fernando Campos

        Pode não estar boicotando. Mas está estimulando ódio ao Brasil. Se você acredita na besteira que eles estão querendo melhorar o Brasil e concorda com a mensagem , é uma estúpida.

  10. Fernando Campos

    Já tinha comentado no texto original, mas só queria complementar.
    A Copa do Mundo tem algumas coisas erradas, a começar pelas muitas remoções de pessoas que moram próximas dos estádios. Apesar do bolsa-família, ainda há muita gente passando necessidade no Brasil. Infelizmente, muita gente ainda morre em hospitais e não tem oportunidade de estudar.
    Porém, esses cretinos que vestem um lixo de blusa dessas, por exemplo, ESTÃO SE LIXANDO PARA ISSO. A única coisa que eles querem é mostrar que odeiam o país( ainda mais com o PT no poder, apesar de sempre terem odiado, seja quem fosse o presidente), que acham os EUA perfeitos-sendo que no máximo, eles conhecem a parte mais rica e fútil de Miami, Nova York, Las Vegas, Disney, num país que possui mais de 50 estados-. que acham futebol o “ópio do povo”, apesar de adorarem filmes e séries “intelectuais”, como Friends( isso é só uma provocação!!)
    Não concordo com quem fala é uma generalização. Apesar de não serem todos, infelizmente uma grande parte da elite brasileira, principalmente os mais jovens, “pensam” assim. Isso sem falar do ódio ao nordeste, da futilidade extrema.
    Por fim, NÃO SOU COMUNISTA, mas respeito as críticas à copa somente de quem está preocupado com as remoções, como PSTU, PCO e outros grupos de esquerda.

  11. Mauricio, o Brasil nao ganhou direito de sediar a copa do mundo pela inclusao social q promoveu. Ele teve o direito devido ao rodizio de continentes q a FIFA faz e pq foi candidato unico da America do Sul. E outra, nunca vi ngm da elite acusando os pedreiros pelos atrasos da Copa mas sim o governo. Vim de uma familia pobre e com o suor da minha familia e meu tbm estou numa situacao mto confortavel. Pego onibus e metro todo dia pra trabalhar e vi mta gente pobre se orgulhando de ter passado a perna em outra pessoa (isso inclusive aconteceu hj) entao, por favor, nao generalize e diga q a elite eh ruim, pq ha pessoas ruins em tds as camadas sociais. Esse Copa foi a mais mal preparada de todos os tempos, nos brasileiros precisamos de auto critica e pararmos de colocar a culpa na elite como se isso fosse o unico problema.

  12. Não diria que as outras elites são menos egoístas que as nossas. Acredito que é o sistema de distribuição de renda que determina isso. Se eles pudessem escolher, seriam tão egoístas quanto a ‘elite’ brasileira.

    • Ricardo Augusto Rocha

      Excelente comentário, Ana.
      A pergunta que fica: e a elite brasileira, quer MESMO mudar essa realidade? (pensando na tua reflexão)

  13. Ronilson Santos

    Me desculpem se o que eu vou postar aqui, tem a haver ou não, com o caso ora questionado. Mais não posso deixar de mencionar que de todos os comentários relacionados, o que realmente me chamou a atenção foi de Bruno Lopes Vasconcelos. Principalmente, quando ele diz : Se tivéssemos uma minima noção de comunidade, estaríamos todos de fato no mesmo barco protestando juntos por mudanças. Me fez lembrar de uma frase de Napoleão Bonaparte : Se todos quiséssemos, faríamos do Brasil uma Grande Nação….. Pra mim,” Abaixo este Brasil Atrasado”, é só mais uma campanha de hipócritas, igual a que “Somos Todos Macacos” Bastou um jogador famoso, tomar a atitude de comer uma banana jogada em campo….. e a questão tomou um rumo sem precedentes !! Formadores de opinião do Brasil inteiro se engajaram em propaganda e etc…. Porque essas mesmas pessoas formadoras de opinião,não se engajaram, na questão do processo do menssalão, na questão indiscutivelmente, mais séria que foi o covarde linchamento publico e morte daquela dona de casa inocente, no Guarujá em São Paulo ?? No Brasil,a hipocrisia impera e ninguém se da conta disso….. A cada amanhecer, vem uma campanha e outra campanha, e o povo não toma as devidas providencias, Vou ficando por aqui, com a minha indignação, mesmo sendo pobre mais com a certeza de alma limpa e mesmo vivendo em um pais, onde existe uma grande parcela de pobres e ricos hipócritas. Vou levando e procurando sempre rever meus conceitos….. Um grande abraço a todos, e vamos torcer pra um dia isso tudo mudar …..

  14. PT é igual ao PSDB? Resumo num ponto: o PT não vendeu a Petrobras. O PSDB não teve tempo de fazê-lo durante a fúria privatista a que submeteu o país.

  15. Acredito que o maior desejo do autor do texto, Maurício, está sendo atendido. Chamar atenção para ele e não para a situação que se encontra nosso país. Fui criado no ambiente de classe média alta mas com princípios, ética e senso claro do que é viver em comunidade. Hoje me sinto sim privilegiado em fazer parte de uma classe alta que pode comprar Ellus, mas que vive sempre refém de uma situação política falida e de um sistema público deficiente. Se você acha que eu fico feliz dirigindo meu carro e assistindo a maior parte da população desconfortável à espera de um transporte ineficaz, ou lendo matérias sobre o estado em que se encontram nossos hospitais públicos, assistindo a uma guerra civil entre policiais e marginais, ou refém dentro de casa ou do trabalho porque do lado de fora estava ocorrendo assaltos a mão armada aos carros presos no trânsito… você está muito enganado. Sou muito a favor de que todas as pessoas se manifestem, principalmente se elas de alguma forma são impactadas pela miséria que se encontra nosso país. Afinal de contas, como vamos mudar o Brasil se todos não se unirem? Como vamos reinvindicar nossos direitos? Somos o país que mais paga imposto no mundo e somos o país que esbanja uma fortuna incalculável com a organização da Copa do Mundo. Mesmo os mais ricos desse país podem sim se manifestar pacificamente sobre o assunto. Isso é o que chamamos de cidadania… E a qual classe o autor dessa matéria pertence? Em que país ele vive? Inglaterra? Trabalha pra que veículos – Reuters? Estudou em alguma faculdade amingua, sem professores, caótica? Ok, não sou jornalista e não tenho o dever de ser imparcial sobre a notícia, mas acredito que o bom jornalista tenha que ser. Enquanto você desfruta do sistema britânico, que digo com propriedade porque já desfrutei um dia, ficamos aqui acreditando que o nosso país ainda tenha jeito e que pacificamente resolveremos em breve NOSSOS problemas…

    • Acredito que o seu comentário prova exatamente o ponto do autor do texto: “Fui criado no ambiente de classe média alta mas com princípios, ética e senso claro do que é viver em comunidade” [… aí vira e culpa o governo, tece críticas pessoais, reclama de hospital público que não usa, mas não assume a culpa por ser elite em um país desigual]

      • “Culpa por ser elite em um país desigual”… cara, de que culpa você está falando? Ninguém com dinheiro se revira na cama à noite pensando em como jogar dinheiro pela janela para “deixar de ser elite”. Você acha que deveria?

      • A sua resposta já diz tudo: Se a elite brasileira se revirasse um pouquinho pensando como reinvestir na sociedade (como qualquer outro país desenvolvido faz) muitos dos problemas que a própria elite reclama seriam resolvidos. Exemplo: Mencione UM único membro recente da elite que cursou USP (subsidiada 100% com o nosso imposto) que doou dinheiro para a melhoria das universidades públicas.
        Este tipo de ação é muito comum em países desenvolvidos, mas por alguma razão no Brasil a elite se acha no direito de se apropriar de recursos públicos e ainda reclamar.

    • Carlos,

      Realmente, o jornalista tem o dever de ser imparcial em uma NOTÍCIA que tem caráter INFORMATIVO. Você está correto quanto a isso.
      No entanto, a maioria dos textos dos blogs não têm SOMENTE CARÁTER INFORMATIVO. Acredite, existe jornalismo opinativo!
      É possível um JORNALISTA discorrer sobre qualquer assunto, expressando suas indignações, tomando parte, tratando temas com parcialidade tanto na web como em outros meios! Não deixará de ser um texto jornalístico!
      Lamento, mas sua crítica quanto a isto está equivocada.
      Flw, Abs.

  16. Fernanda Asfora

    Me entristece ver como virou banal textos / comentários extremamente agressivos… Acredito que discordar é saudável, no que se refere a formato, conteúdo, visão de mundo ou política… Mas ao criticar os “ricos” / “elitistas” que reclamam do sistema público de educação, saúde, transporte, dos quais sequer dependem, você ironiza que estes têm “prazer em fazê-lo no exterior”. O que lhe permite, então, afirmar que não usariam esses serviços públicos se estes fossem de qualidade?
    Se querem passaporte europeu é traição à pátria (como se só os brasileiros mais abastados fossem atrás dessa documentação); se transformam música ou comida, são criticados por desnaturarem a originalidade do conceito… No meu ponto de vista, a maior riqueza do nosso país sua capacidade de criação, de adaptação, de miscigenação, de aculturação…
    Durante os protestos, ao invés de ser comemorada a presença da sociedade como um todo, em alguns momentos, foi ridicularizada. Porque temos uma população que raramente se mobiliza, que costuma se deixar levar sem questionamentos, sem reclamações, não pode haver um esgotamento da paciência e da tolerância? Lembro que começou lindo, o país todo na rua, famílias inteiras, indivíduos e grupos unidos independentemente de idade, cor, gênero, classe social… E rapidamente começaram as agressões (na rede – verbais), as defesas partidárias, ironizando a motivação dos que não são considerados aptos a ter uma opinião… É quase como se no Brasil só alguns tivessem o direito (legitimidade?) de se expressar com propriedade, como se fosse vetado a qualquer pessoa que não sofra de todos os males o direito de discordar, de querer ter acesso a seus direitos fundamentais garantidos pela constituição, sem que isso pese tanto em seu orçamento, ou de repente nem pese…
    Não podemos estar lidando com pessoas de boa fé, que construíram suas opiniões se baseando em suas experiências, leituras, conversas, e que sonham sim, em construir um Brasil melhor? Dá para entender que alguns assuntos levam pessoas sensatas e inteligentes a resultados diferentes umas das outras? Dá pra considerar que às vezes se erra tentando acertar? Que às vezes não conseguimos ter uma visão global (aliás raramente conseguimos essa imagem do todo: que seja na mídia, nas redes sociais ou a través de nossas vivências)? Dá pra fazer evoluir essa visão maniqueísta e portanto pueril? Que venham as críticas construtivas, um artigo por exemplo sugerindo um nome melhor para a campanha, ou apontando as falhas deste nome;
    Mais uma vez esse rancor, veneno (talvez inveja?), tenta colocar a culpa de todos nossos problemas nas costas de um grupo específico; neste caso a elite, que apesar de ter parte da responsabilidade não é única culpada;
    Se há insatisfação contra a copa é porque o brasileiro não quer “compartilhar seus lucros com os pobres”; “Os ricos” defendem o regime militar; O racismo no Brasil seria defeito da elite, como se infelizmente não fosse uma realidade muito além desta… Se reclamam que o serviço é mal feito, não podemos deduzir que é justamente para exigir uma qualidade melhor? Mais eficiência, trabalhadores mais qualificados, com uma melhor formação, produtos de qualidade (…)? Não, aparentemente é para responsabilizar as próprias vítimas dessa desigualdade financeira.
    O que você está fazendo é exatamente o que critica, escrevendo em inglês, tentando ridicularizar a elite de seu país… Os estrangeiros provavelmente lerão e dirão: “o Brasil é mesmo pior do que eu imaginava”… Então vamos tapar o sol com a peneira, e permanecer como estamos, com os serviços que temos, a corrupção e a violência que nos afeta a todos, mesmo que de forma desigual ou procurar soluções? Às vezes me sinto de mãos atadas, inclusive ao ver o que é valorizado, mas acredito que simples reflexões, gestos, por menores que sejam podem fazer alguma diferença: conscientizando, melhorando algum aspecto, propondo algo diferente, às vezes um hashtag, por menor que seja seu impacto conscientiza a gente de nossas responsabilidades; não tenho dúvida que pode ser melhor do que não fazer nada…

    • Fernanda,
      A elite não usufruiria dos serviços públicos, pois, como bem sabemos a nossa cultura do capital valoriza o individualismo em detrimento da coletividade. Além disso, por que motivo eu usaria transporte público e deixaria meu carro estacionado na garagem de casa, sentindo saudades de mim? Ou por que eu recorreria ao SUS se posso pagar para me tratar em um hospital particular e ficar num apartamento individual com ar condicionado e TV só pra mim?
      Apenas uma reflexão…
      Flw, abs.

      • Fernanda Asfora

        Oi Jaqueline,
        Acredito que não seja necessário se valorizar a coletividade para querer ter bons serviços públicos: se o transporte público e o SUS fossem de qualidade, tenho certeza que grande parte da elite adoraria poder sair sem precisar se preocupar com engarrafamentos, blitz, estacionamento, e poder gastar seu dinheiro em outras coisas, inclusive produtos de luxo… A prova que a elite (assim como qualquer um) adoraria ter acesso a saúde, transporte, educação, segurança gratuita e de qualidade é que os poucos hospitais públicos de referência são frequentados pela elite. E não considero defeito ao se ter dinheiro querer um “luxo” a mais, quarto particular, o televisão individual, mas deveria ser uma opção e não uma necessidade se gastar com saúde…
        Até onde eu sei, antigamente era muito bem visto pela sociedade ser estudante em escolas públicas, o que me disseram é que significava que a pessoa era bom aluno, orgulho da família… Tem diversos jovens da elite estudando em faculdades públicas, em geral as faculdades consideradas de excelência, prova que normalmente procuram qualidade e não preços caros… Elite ou não, adoraria não ter que pagar (e tão caro!) para ter meus direitos básicos garantidos… Além disso, nivelar por baixo nunca é solução…
        Abs!

  17. Não sei nem por onde começar a responder, mas vou tentar responder algumas perguntas.

    “Afinal de contas, a maioria dos frequentadores da Ellus são pessoas que não usam o sistema público de saúde. Eles não estudam em escolas públicas. E eles raramente põe os pés em transporte público nas principais cidades do Brasil (embora tenham prazer em fazê-lo no exterior).

    Então, por que eles frustrados? Seriam eles tão altruístas quanto os ativistas que protestam com um objetivo, seja qual for esse objetivo? Ou os brasileiros ricos expressam suas críticas por puro tédio?”

    Usei o SUS uma vez na vida, e Deus me livre de usar de novo. Tenho plano privado de saúde, sim. Fiz toda a minha educação em escolas privadas. Tenho muita, muita sorte na vida, como meu pai, que viveu na miséria quando era mais novo, não me deixa esquecer. Mas sim, eu sou rica (o que, hoje em dia, curiosamente passou a ser algo ruim).

    E eu não uso nada público, a não ser um metro aqui e ali, simplesmente porque é tudo uma merda. E por que eu protesto, como você perguntou? PORQUE É TUDO UMA MERDA. O Brasil é um dos países com maiores impostos no mundo e menores retornos. Pagamos mais de 30% dos nossos salários em impostos, para depois pagar saúde, escola, carro (porque, muitas vezes, o transporte público não é uma opção viável). Protesto não por necessidade, mas porque acredito que o que está acontecendo é errado.

    Você diz que as pessoas só protestaram depois do estopim de julho. Ora, pelo amor, todos os protestos e revoltas do mundo começam com um estopim. As pessoas de repente param para notar, e começam a ficar muito bravas com certas injustiças. E isso foi o que aconteceu.

    Você diz que a elite tem vergonha de ser brasileira. Bom, eu tenho mesmo. Não vejo ninguém com orgulho do país na situação que está, pode procurar. Eu — e muita gente — estou frustrada, muito frustrada. Porque, pela primeira vez na vida, tive a ilusão de que o país progredia, de que o Brasil tinha futuro, fiquei otimista. Para, alguns anos depois, ver tudo desandar assim. Eu tenho vergonha de ser brasileira, sim: tenho vergonha dos nossos políticos, assim como tenho vergonha da Copa. E revolta, também, ambos não são excludentes.

    E você diz que a elite acha que pobre é pobre porque é incompetente. Bom, eu não acho isso. Eu SEI. Mas longe de mim culpar a pobre sociedade brasileira por isso — as camadas mais baixas não são incompetentes por serem burras, mas por serem MAL INSTRUÍDAS. O nosso sistema de educação é uma vergonha, sucateado pela Ditadura Militar e nunca recuperado. Meu pai saiu da miséria, e hoje é um empresário de sucesso, mas não por um milagre: porque a escola pública da época possibilitou que ele entrasse na USP, e tivesse uma educação de ponta. Claro que, mesmo naquela época, ainda havia absurdos a melhorar — o que só mostra a situação deplorável em que nos encontramos.

    Então você pergunta por que eu protesto. Eu protesto porque estou indignada. Protesto porque, apesar de decepcionada, acredito em lutar pelo que é certo.

    Protesto porque acho muito mais importante exigir melhorias do governo e dos políticos, que têm agido com especial descaso para a população, do que apontar o dedo entre parcelas da sociedade, numa “luta de classes” que, na verdade, só serve para desviar o foco de quem realmente pode resolver os problemas desse país.

    • Mauricio Savarese

      Isabella, obrigado pelo comentário. Muito revelador. Temos opiniões antagônicas. Concordaremos em discordar. Até porque escrevi esse texto com base em relatos exatamente como o seu. Obrigado pela leitura.

    • Ótimo, Isabela! Me fez lembrar a resposta do Roger do Ultraje, após ter sido alvo de ataques do ator José de Abreu que disse que Roger não poderia aceitar patrocínio do governo federal após ter criticado o mesmo governo. Segue o trecho: “Pois bem, quem está me pagando hoje não é um partido que se considera dono do Brasil. Um governo honesto deve apenas administrar o dinheiro que recolhe do povo e devolvê-lo ao povo em forma de serviços, de acordo com a necessidade desse mesmo povo…
      E eu estou com o saco cheio dessa violência indiscriminada, dessa luta de classes cruel e ignorante que vem sendo incentivada de uns tempos pra cá.
      Somos todos brasileiros. É esse tipo de miséria que eu gostaria que acabasse no Brasil: a miséria cultural, a pobreza de espírito, a falta de educação de qualidade. Tenho certeza que, bem educados, ninguém precisaria de esmolas do governo, assim como eu nunca precisei.”

      Mesmo não sendo rico como tu, eu uso ellus, assim como uso transporte público. Estudei a vida inteira em escola pública, até mesmo a graduação (com sérios problemas de infraestrutura, greves, falta de professores e tudo o que todos já conhecem..). Mas isso não nos torna diferentes como cidadãos, pelo contrário somos exatamente iguais e merecemos receber o retorno dos nossos impostos pagos, e muito bem pagos.
      Enfim, o problema não é ter vergonha do nosso país, mas de todas as IMBECILIDADES que fazem com ele. Eu me sinto prejudicado e com as mãos atadas por ver que a corrupção tomou conta de todos os setores (públicos e privados), pela falta de ordem, de leis que punam e principalmente de EDUCAÇÃO.

      • o Roger e’ sim um grande oportunista! fala mal do governo e faz show sendo subsidiado com dinheiro publico de governos!

    • Fernando Campos

      Mostra bem o nível da elite brasileira. Em vez de tentar melhorar os problemas do país, fica com esse ódio do Brasil.
      Se você tem tanta vergonha do país, mude-se, já que pra você nos outros países não tem corrupção, só tem intelectual, tudo funciona direito.
      Se acha futebol ópio do povo, como deu a entender, vá pra Miami. Só fique sabendo que até lá se pratica esporte de alto nível. Passe longe do ginásio do Miami Heat, pra não se decepcionar com a oitava maravilha do mundo!!
      Elite cretina. Duvido que mesmo as pessoas mais racistas e preconceituosas da Europa cheguem ao “nível” dessa patricinha.
      Nojenta

      • Amigo Fernando… quem ironizou, agrediu e deu exatamente ZERO argumentos foi você, não ela. O que você espera construir vindo assim despreparado para uma discussão, e não tendo nem vergonha de mostrar isso?

    • Tadinha da Isabella! Nem sabe que quem subsidisia as universidades publicas e escolas publicas secundarias de qualidade sao as pessoas pobres/proletarias. Porque sao a gente pobre/proletaria que pagam mais impostos e assim subsidiam os filhos dos ricos para estudarem! Ciencias Sem Fronteiras do gov.Dilma, p.ex. paga 3 mil reais pa estudantes que ganham bolsas de estudos no Exterior, ja’ saindo do Brasil. Depois , mais 800, euros por mes da bolsa; mais 90, euros seguro-saude; mais 200, euros (em alguns casos) de ajuda moradia…E’ o pobre subsidiando a ‘bolsa rico’ nas universidades publicas! E o egoista do rico critica o pobre pelos miseraveis 70, reais recebidos do Estado pelo programa Bolsa Familia! Saiba que a escola de boa qualidade que teu papai estudou e eu tambem, foi sendo sucateada a partir de 1971 com a ‘nova lei de diretrizes e bases p educaçao’ da ditadura que modificou todo sistema educacional (assim como a saude) que abriu caminho para iniciativa privada e copiou o modelo de educaçao universitaria dos yankees para separar entre outras os estudantes e evitar que se unissem! um abraço,

  18. Quando comenta sobre os médicos brasileiros mostra toda sua ignorância sobre o assunto. Quando diz que a elite europeia não parece tão mesquinha quanto os médicos brasileiros.
    1- Em países com medicina modelo como França, Inglaterra o valor recebido por um médico é o mesmo estando ele na capital ou na menor cidade do interior. Isto facilita leva o médico ao interior, além de na Europa existir um plano de migração destes provisionais para centros maiores ao longo da carreira.
    2- Não se compara as condições de estrutura entre hospitais do interior da Europa com interior do Brasil (nem existem)
    3- O Governo Brasileiro não paga NENHUM direito trabalhista para os participantes do programa Mais Médicos. O contrato de trabalho é forjado através de uma suposta pós-graduação e pago como bolsa de estudos, não como salário e o contrato é de apenas 3 anos. Isto impossibilita qualquer médico brasileiro de abandonar seus empregos com carteira assinada nas capitais e irem ao interior para uma aventura de 3 anos. NENHUM profissional faria isto.
    4- Quanto aos médicos Cubanos, os médicos brasileiros não são contra a vinda destes. Os médicos brasileiros querem que estes sejam avaliados para a revalidação do diploma como é feito em qualquer país do mundo, inclusive os Europeus que vc menciona.
    5- Ao não fornecer o contrato de trabalho adequado e não exigir revalidação do diploma dos estrangeiros o governo Brasileiro praticamente limita aos Cubanos os éditos que participarão do programa, justificando desta forma o repasse de verbas para Cuba, burlando o bloqueio ecônomo.

  19. Com abaixo “os gargalos” devem estar se referindo às proteções que mantemos para evitar que os chineses os engulam a todos. Indo a fundo em cada gargalo vamos encontrar alguém da elite econômica que se beneficia de regras setoriais, que teme a concorrência, que trabalha na base do baixo salário pago e até da sonegação e que frequenta essas rodinhas para falar mal da sua terra.

  20. Reblogged this on Memórias de Alguém ( que hoje mora fora) and commented:
    A elite brasileira não necessita de hospitais públicos, não precisa mandar seus filhos para escolas públicas, não se preocupa com a violência e ainda faz campanha contra um Brasil atrasado? Num país onde a elite é o real problema, porque é ela que comanda através dos seus políticos , dos seus canais de televisão… é ela que é um lobo em pele de cordeiro, que não deseja nada mais do que um povo alienado, que não se revolte com a sua acumulação inescrepulosa de renda. É …a copa do mundo é de menos… a elite é a de mais.

  21. Reblogged this on Tempus fugit and commented:
    Um texto sensacional que reúne muito das minhas próprias opiniões sobre nosso momento. Leiam!

  22. cada um com um olhar pra uma mesma questão, pode ser q a gente levante condições favoráveis para amadurecimento da parcela da população q se interessa em fazer deste um lugar melhor de se viver, é o q de fato importa mesmo aos que se classificam em condições ‘média-alta’ mas, q precisam viver em terra brasilis e se revoltam diariamente com o sistema nojento aqui instalado…

    somos todos um só povo, e nas quebradas diárias do individualismo vamos nos impactar uns com os outros, e o tamanho da explosão neste choque dependerá da nossa capacidade de olharmos as variáveis de uma mesma questão como possível ponto de vista a ser analisado… é essencial compreendermos q dentro de nossas limitações e conhecimentos todos estamos certos e errados, omissos e crédulos de q podemos nos exercitar rumo a sermos melhores cidadãos, nos responsabilizarmos em partes primeiro como pessoas, indivíduos, famílias, depois como equipe e nação…. nossa habilidade coletiva é só o q pode nos salvar de mais equívocos, e pode nos levar a conceber o intelecto de uma forma orgânica, natural, intuitiva, que vai abranger os mais variados guetos… e a compreensão da grandiosidade da alma humana pode nos permitir alcance de expressiva adequação frente ao caos q temos experimentado.

    pq ñ acreditar no potencial pacífico de um poderoso protesto? falta criatividade? pq ñ articularmos um nível de sabedoria que esteja desarmada inclusive nas palavras? q nossas ponderações sejam sem o propósito de apontar inocentes e culpados, ou derrubar alguém, mas, com críticas imediatamente construtivas, solucionáveis, sustentáveis… cada um fazendo alguma boa ação, arregaçando as mangas e atendendo o chamado mais próximo, buscando se aprimorar e imbuir o outro do mesmo bem q é ter ATITUDE… não nos cabe assistir a miséria do próximo sem nos comprometermos de alguma forma e sem concluir de q somos responsáveis e q podemos sim, de alguma forma contribuir e usar nosso poder pessoal por mínimo q seja para contagiar o mundo do desejo de mudança de cenário.

    só depois de nós, muito depois é q virão os frutos de qqr ação, mas, nunca estivemos tão em cima da hora de agirmos pq lá se vai nosso tempo, nossa passagem é curta… e vamos com fé, q a fé ñ costuma falhar…

  23. Engraçado você ter citado as gravíssimas desocupações irregulares só num contexto que lhe interessa, de “as elites não se importam”. E você, se importa?? Não parece, afinal a copa é, segundo você mesmo, “um prêmio dado por conta da inclusão social que promovemos”.
    Isto é um retrato do seu artigo: sem argumentos sólidos, mas cheio de meias-verdades e contradições. Alguns pontos pacíficos (elite contém indivíduos alienados e egoístas) usados para justificar seu ponto de vista (quem reclama da copa é elitista) de maneira enviesada.
    Por último: o Brasil é atrasado, sim. Tentar envolver esse fato numa cortina de fumaça do tipo “quem critica são riquinhos que nem usam os serviços públicos e odeiam o país” é lamentável. Quem quer que o país mude critica o país, quem não admite crítica é porque lucra com a situação. É simples assim.

  24. Olha, francamente, eu não sei qual foi a intenção da Ellus, se foi pra falar mal da copa, se foi para defender os transsexuais, mas, não existe rico no Brasil. Existe pobre, devidamente definido por lei, ao contrário do rico, isso o Estado ainda não definiu o que é (vide IGF, ou a inexistência dele). O que é possível perceber é o poder de consumo de cada indivíduo e isso não é riqueza, sequer sinal de dinheiro no bolso, uma oferta de crédito é o suficiente pra consumir sem gastar um tostão por muito tempo. E quem é a elite? Aqueles que aparecem na mídia? Bom, acredito que exista gente gerando muito mais renda por aí de boca fechada. E muita gente ostentando por aí com uma notificação extrajudicial no bolso. Dizer que tudo se resolve com uma mudança de pensamento, como coletividade, como alguém comentou, é coisa de comunista, analise bem e é isso mesmo, e todos sabemos, o comunismo fracassou, embora ainda exista. Trabalhar pensando minimamente no bem comum é ótimo, é um dos pilares de um negócio bem-sucedido: aquele que todos ganham. Mas o capitalismo foi o único, para o bem e para o mal que se manteve de pé. Acho digno trabalhar de fato numa reforma tributária, ao invés de reclamar de excesso de impostos, como alguém citou, aliás acho digno trabalhar por melhorias ao invés de ficar reclamando. E a diferença entre o pobre e o rico é a mesma das antigas Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental: de um lado eles bebem whisky, do outro lado, eles bebem vodka.

    • Ricardo Augusto Rocha

      Cara Marcia:
      Os ricos, de verdade, são os que você bem menciona: não aparecem na mídia. A fala dos ‘ricos’ que estão na foto apenas reproduz um discurso que, de fato, não nasce com eles, mas os apraz.
      Apesar de o Estado não ter criado uma categoria, eles estão por aí sim, e são os que atravancam as transformações que poderiam, no mínimo, transformar nossa terrinha numa Alemanha, Canadá ou algo próximo (em termos de distribuição de renda e políticas públicas… Já seria um avanço gigantesco). Curiosamente, dentre estes ricos encontram-se justamente os que financiam campanhas do partido ao qual sou filiado (PT), como as construtoras. Contradição pouca é bobagem, não é mesmo? rs…
      Sobre comunismo e capitalismo, não dá para separar a construção histórica de ambos. O primeiro nasce do segundo, e isto os aproxima. Os dois são fracassados, e o primeiro, que ainda não aconteceu em sua plenitude, tenta justamente superar os problemas do segundo. Ainda há tempo! rs… Sim, é utopia. Mas, na prática, podemos dizer tranquilamente que o capitalismo não seria como é não fosse o comunismo. Que o digam os direitos trabalhistas.
      http://gvpesquisa.fgv.br/publicacoes/gvp/elites-brasileiras-sao-nacional-dependentes
      Saudações!

      • Oi, Ricardo. Parte do seu comentário me faz lembrar que quem transformou os Estados Unidos no que é hoje, foi a iniciativa privada. Após a crise de 1929, quando o Estado não podia amparar o cidadão com recursos suficientes, nomes como: Rockefeller, Vanderbilt, Carnegie, Astor, Ford e Morgan resolveram investir em trabalhos que caberiam ao Estado e transformaram isso no próprio negócio. Todos enriqueceram muito, mas os Estados Unidos também. Não foi nenhuma ação de caridade, eu não acho que esse é o dever social de um “rico”, embora qualquer um possa ser caridoso. Como comentei antes, um negócio bem-sucedido é aquele quando todos ganham. Não afirmo que quem tem um bom patrimônio ou bastante renda tem que substituir o Estado, mas afirmo que é triste, aqui no nosso berço, existirem investidores empresários míopes assim, como você citou. Não fico triste por eles, porque devem viver muito bem, rs… Mas pela oportunidade boa que seria para esse país também. Torcer pra quem “chegar lá” conseguir “levar junto” uma visão de negócios já estudada por tantos como Michael Porter e Milton Friedman, por exemplo.

  25. Espera ai ! Pelo que me lembro a Aldeia Maracanã não é de gente rica, os hospitais minando esgoto em Cuiabá Não atende gente rica, os operários mortos na construção dos estádios também Não são ricos e a copa é para quem mesmo ?

  26. Renata torres

    Texto sensacional!

  27. Bom dia Mauricio!
    (..)Algunos se identifican con los partidos de la oposición y por eso critican el gobierno, pero es sólo una cuestión de gusto: en el caso, el PT no es muy diferente del PSDB.(..)
    Me perdoa, e nao querendo polemizar..mas existe uma grande diferença historica e conceitual entre um partido entreguista lesa-patria e um partido que nasceu socialista e se transformou socia-democrata. Mas absolutamente nao sao iguais! Se me permite uma outra correçao: os avanços estruturais socio-economicos alcançados no país se periodoza de doze e nao menos. Um forte abraço desde a Holanda! Cotta

  28. Texto muito bem escrito, porém tendencioso e fora da realidade. Para a “elite” não há nada pior do que povo pobre e sem dinheiro. Povo pobre e sem dinheiro não consome e não gera lucros.. Esse pensamento de que a elite fica sentada num trono dourado, pisando nos pobres é coisa de século retrasado.

  29. Não sei o que é mais lamentável: Um país que para a Copa consegue fazer mágica e brotar recursos financeiros de lugares inimagináveis ou a ignorância do povo brasileiro.

  30. Ana Karoline

    Achei o texto bem escrito mas caiu no clichê de vários outros na medida em que critica sem apresentar sugestão de melhoria. Ressalto que TODOS os países, inclusive os que se dizem comunista, tem elite e isso por si só não é prejudicial. Dizer que: “Não me parece que as elites europeias, americanas ou asiáticas sejam tão egoístas. É provavelmente uma coisa bastante da nossa América Latina. Azar o nosso.” mostrou que o autor, mesmo sem querer, foi atingido pela síndrome de cachorro vira-lata mencionada por ele mesmo. Mas concordo que a Ellus não foi feliz em sua campanha.

  31. Entao ser contra o governo eh ser elitista… Ok…

  32. SILVIA GUBERT

    A questão aqui não é se os outros países são ou não melhores do que o nosso Brasil. O cerne da questão é sim, envergonhar o NOME do nosso país numa camiseta elitista. Isso sim, eu acredito, vale o seu post, Mauricio e ele veio bem a tempo de tentar combater todas estas pessoas que estão, de uma forma ou de outra, seja por política, seja por convicção, seja por se sentirem injustiçados, ou por qualquer razão, tentando denegrir o nosso país varonil. Eu defendo a integridade desta nação que é minha pátria e acredito, sim, que somos muito superiores em muitos fatores a países mais desenvolvidos. Os países são como pessoas: cada um com sua individualidade, com seus problemas, com suas soluções. O Brasil é nosso e temos que defende-lo, custe o que custar. Down with Ellus!

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